Tramas da Corte Dragonina, Parte Final
Por trás da máscara
Ele caminha pelas ruas ladrilhadas da capital. Veste-se elegantemente, de fraque e cartola. A capa, no clima quente e úmido da região, pode ser exagerada, mas não incomum. À distância, na escuridão da noite, o vulto em nada se distingue de um cavalheiro qualquer, retornando de um espetáculo teatral ou de algum baile da alta sociedade.
Tudo parece normal, até você o encarar. Então, não vê um rosto, mas um véu negro, com olhos largos como os de uma coruja, de reluzir esverdeado. Só aí você se dá conta: não é um jovem mancebo nem um fidalgo cavalheiro! É o ladrão de casaca!
Ele está armado, com garrucha e sabre. Você se recolhe em terror, mas o vulto encapotado não ataca. Ao invés, desaparece como um espectro, sem fazer um único som. Você escapou ileso, mas, com certeza, alguém teve a casa invadida naquela noite.
Quem é o mascarado? O que ele quer? Há rumores aqui e ali. Alguns dizem que ele distribui as riquezas roubadas aos pobres das favelas. Outros, que mantém a maior parte para si. Contudo, dentre a nobreza, há quem suspeite de motivações mais sinistras.
Por enquanto, a misteriosa figura é tratada pelo povo e as autoridades dragoninas apenas como curiosidade e incômodo. Porém, quando seus verdadeiros objetivos se tornarem claros, todo o reino se verá ameaçado.
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