Implementos da magia: focos arcanos
Este artigo faz parte da série: As altas ciências de Anima
"Um feitiço primeiro se forma como uma imagem na mente do conjurador. A gesticulação e as palavras mágicas ajudam a concentração, representando diversos parâmetros que são definidos e tecidos mentalmente. Através de um foco arcano, então, o conjurador materializa a imagem e a torna real."
Se pudéssemos ver, o mundo estaria imerso em energia arcana. Essa força invisível flui em correntes, acumula-se em objetos e reage a emoções, intenções e pensamentos.
É pela manipulação dessa energia que um magista consegue conjurar feitiços. Numa conjuração, é preciso acumular energia suficiente para tornar os feitiços mais poderosos possíveis. Porém, é difícil separá-la espontaneamente do fluxo natural do ambiente.
Existem duas maneiras de se acumular energia mágica. A primeira é através de rituais: feitiços demorados e cuidadosamente preparados, que reúnem energias ao longo de um extenso período de tempo, em geral minutos ou horas, para então liberá-las num só instante. Rituais podem ser poderosos, mas não são muito práticos.
A segunda é através de um foco arcano, um objeto especialmente preparado e harmonizado ao magista. Enquanto estiver em contato com o conjurador, o foco arcano espontaneamente atrai e acumula força arcana, deixando-a à disposição para o lançamento de feitiços. Sem esse objeto em mãos, apenas os truques mágicos mais básicos são possíveis.
Focos arcanos possuem diversas formas, e cada uma está tradicionalmente ligada a certos conceitos, embora não limite os feitiços lançados através eles.
O cajado é o foco arcano mais comum, a ponto de muitos não-magistas crerem que é necessário a todo conjurador. Representa poder e equilíbrio, além de ter usos mundanos como apoio para caminhadas e arma improvisada. É o foco preferido por magistas itinerantes ou militares.
O cetro é também comum. Representa autoridade e elegância, é mais fácil de portar que um cajado e também pode ser usado como arma mundana.
O grimório (livro de magia) é também um foco muito utilizado. Representa conhecimento e técnica, mas devido ao peso, formato e fragilidade, é mais utilizado por teóricos e acadêmicos de magia do que por aventureiros.
A adaga representa morte e dor. É fácil de esconder e pode ser usada para defesa (ou assassinatos). Por isso, não é um foco bem visto pela maioria dos praticantes de magia.
A orbe (pequeno globo, segurado na palma da mão) é também rara. Representa visão e sabedoria e pode ser feita de vidro, cristal, metal, minério, gemas ou madeira polida. Por não ter usos práticos mundanos, acaba sendo pouco utilizada.
Por fim, diversos tipos de fetiches podem ser usados como foco, incluindo máscaras, colares, cocares, pulseiras ou outros adornos levados no corpo. Mais utilizados por magistas primitivos e tribais, fetiches têm a vantagem de manter as mãos do magista livres (embora ainda seja necessário tocar o foco durante a conjuração).
Em adição a esses objetos, alguns magistas, conhecidos como guerreiros arcanos, transformam seus próprios corpos em focos de magia. Este não é um processo simples, exigindo anos de treinamento, prática diária de meditação e a execução de diversos chacras (posturas e movimentos) durante a conjuração.
Em geral, um magista consegue manter-se harmonizado com um único foco por vez, e algumas horas de ritual são necessárias para harmonizar-se com um novo objeto. Alguns conjuradores experientes, contudo, podem trocar seu foco em poucos instantes de concentração, e há histórias de indivíduos poderosos capazes de manter vários focos arcanos ao mesmo tempo.
A perda ou destruição de um foco arcano pode ser desastrosa para um magista, deixando-o vulnerável e limitado a alguns poucos truques básicos. A Escola Arcana dos Mistérios, especializada em manipular aspectos da realidade, como tempo e distância, ensina seus praticantes a manter um elo ainda mais poderoso com o foco, tornando-os capazes de localizá-lo ou, caso esteja próximo, transportá-lo imediatamente para suas mãos. Estas não são, portanto, habilidades comuns de todos os magistas.
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As práticas arcanas são divididas em oito vertentes, organizadas em três grupos mais gerais: as artes elementais, as artes fundamentais e as artes interventoras.
A manipulação de poder arcano é um esforço da vontade, mas não é livre de consequências. Estudar um feitiço até dominar seus parâmetros é essencial para uma prática segura.
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