Crias distorcidas da loucura
Este artigo é a Parte 2 da série: Ruínas de uma era dourada
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O mundo foi surpreendido quando o rei-destino iniciou seu grande desígnio. Da noite para o dia, nações periféricas foram consumidas em fogo, levadas pelas águas ou engolidas pela terra. Para confusão dos súditos, não tardou para que mesmo cidades no coração do império sofressem semelhante fado.
O rei-destino estava obcecado em purificar o mundo, para que uma nova era esplendorosa se erguesse das ruínas. Mesmo diante da própria destruição, muitos cidadãos e soldados se juntaram àquela cruzada insana. Alguns se curvavam por medo, na esperança de serem poupados. Outros o fizeram com fervor, aderentes ao sonho dourado. Batalhas sangrentas se seguiram em todos os cantos do mundo, mas toda oposição estava fadada ao fracasso. Quando os exércitos do rei-destino eram rechaçados, o próprio monarca lidava com os inimigos.
Recursos se tornaram escassos, a fome e a peste se espalharam. Os rebeldes buscaram proteção nas sombras. Mesmo com o império em ruínas, a cruzada não foi interrompida. A humanidade ainda não estava purgada.
Naquele ponto, os Pilares do Mundo se uniram para confrontar seu rei, mas a insurreição fora tardia e malsucedida. O rei-destino triunfou, destruindo os quatro imortais, mas não sem cicatrizes: a capital do império foi destruída na batalha, e o monarca, ferido em corpo e orgulho, cedeu ainda mais à paranoia.
Não podendo mais confiar nos imortais que por séculos defenderam seu império, o imperador convocou em segredo seus soldados mais fanaticamente leais. Quando os guerreiros se apresentaram, o rei-destino distorceu-os em corpo e mente, arrancando-lhes qualquer semblante de humanidade. Retorcidos e enlouquecidos, os não-mais-homens se ergueram como monstros de imenso poder. A eles, foi mantida a alcunha pela qual os soldados de sua tropa já eram chamados: dragões.
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